Entrevista - Tatiana Bastos

1- Diz-nos o teu nome e idade.

Tatiana Bastos / 16 anos.

2- Sei que começaste a jogar futsal numa equipa masculina. Conta-nos um pouco dessa experiência.

Foi uma experiencia muito boa, gostei muito de jogar com rapazes e hoje em dia ainda gosto, mas como ainda era muito nova não tinha tantas hipóteses como tenho hoje na che de conseguir jogar naquela altura, pois o modo dos rapazes jogarem é um pouco diferente do das raparigas. Quando jogava com os rapazes era só jogar por jogar, pois gostava muito do que fazia, naquela altura não pensava de um dia querer seguir uma carreira no futebol.

3- Quando te mudaste para a Che, para jogar numa equipa de raparigas, quais foram as maiores diferenças que sentiste?

Uma das principais mudanças foi integrar-me no grupo, era nova e só conhecia a Filipa, mas não foi fácil, pois estava habituada a conviver com rapazes na parte que tocava ao futsal. Depois na parte de jogo os rapazes são mais agressivos, mais duros a jogar e lembro-me de nos primeiros treinos na che era um pouco agressiva com as raparigas em jogo. Quando fui para a che comecei a falar mais em termos tácticos e jogar essencialmente para a equipa coisa que no outro clube não fazia muito, hoje não me arrependo nada de ter ido para a che e mais integrada não poderia estar e todo o que sei hoje devo-o a che lagoense :D

4- Tens várias alcunhas no clube. Partilha connosco algumas delas...

A primeira alcunha que ganhei na che foi Sra. boa atribuída por umas ex colegas de equipa, loira é o que quase toda agente me chama, bicho foi uma ex colega de equipa Ana Rita que num treino da selecção de futebol me começou a chamar isso, e por último tatuxa nome atribuído neste último ano pela Rita uma colega de selecção e nome o qual eu não gosto que me tratem.

5- Actualmente és uma das sub-capitãs de equipa. Achas que isso te traz responsabilidades acrescidas?

Para mim não, mas por exemplo para algumas das jogadoras da equipa acho que sim, eu não me vejo de forma diferente só por ser sub-capitã, o que faço como sub-capitã também fazia se não o fosse, mas sim, acho que a capitã ou sub tem mais responsabilidade não só fora de campo para com as colegas, mas sim também lá dentro pois todas contam com ela. Mas sim acho que tem mais responsabilidade, principalmente dentro do campo.

6- Como é que te defines enquanto jogadora?

A nível táctico acho me uma jogadora que percebe do assunto, pois interesso-me nessa parte, faço coberturas e defendo bem no esquema táctico que me é atribuído, a nível técnico não sou tão boa, mas safo-me, quando se tem de passar por uma ou por outra adversaria ate não me saio mal. Acho me uma jogadora rápida, não muito forte no remate mas com remate razoavelmente bom, inteligente a construir jogadas de ataque, por vezes saber a jogada que a colega quer fazer (principalmente com a Filipa) e não sei mais…

7- Tens algum ídolo no futebol/futsal? Quem?

Cristiano Ronaldo e Marta Vieira

8- Há pouco tempo passaste por um momento muito difícil. Como estás a enfrentar esta paragem forçada?

Sem dúvida que foi um dos momentos, se não o momento mais difícil que já passei ate hoje, é muito difícil quando somos forçados a parar um longo tempo para poder voltar a fazer aquilo que mais gostamos, só pensava porquê a mim uma lesão destas, logo no joelho, porque muita gente me dizia, o joelho é o pior sitio para se ter uma lesão. No inicio foi mais difícil pois ver a equipa a jogar e não puder faze-lo era complicado, naquela altura dava qualquer coisa para poder estar ali com a equipa, é muito difícil só mesmo quem passa por uma situação destas é que sabe como é. Depois da operação com o apoio de muita gente deixou de ser tão difícil pois comecei a pensar, de outra maneira, pensava que poderia ser pior, pois calhou no verão e não interferiu com o campeonato o que já foi bom em certa parte, poderia ter acontecido algo pior, e devia dar me como um pouco sortuda pois em breve posso voltar a jogar coisa que algumas pessoas não podem. A recuperação esta a correr muito bem, já faço coisas que o fisioterapeuta não pensava que fizesse tão facilmente com 3 meses de operação. Só depois de coisas como estas é que começamos a dar importância a coisas que anteriormente não nos importava ou nem ligávamos muito. Não é por não jogar que vou deixar de estar e apoiar a equipa mesmo custando ver a equipa a jogar e eu não puder. Vou acompanha-la sempre ate voltar a jogar. Em breve já vou começar a correr, e todos os dias penso que já faltou mais. 

9- Quais os jogos que mais te marcaram ate hoje, pelo negativa e pela positiva?

Há três anos que estou na che já muitos jogos me marcaram. No primeiro ano marcou-me pela negativa o último jogo do campeonato pois perdemos por 7-2 com o s.pedro, vínhamos com 2 golos de vantagem do jogo da primeira volta e mesmo assim não foi suficiente para sermos campeãs naquele ano. No segundo ano pela positiva sem dúvida o jogo contra s.pedro na 2ª volta do campeonato onde já tínhamos dois golos de avanço da primeira volta e para o s.pedro ganhar o campeonato teria de nos ganhar por 3 golos de diferença, nesse jogo começamos a perder por 0-2 e mesmo antes do intervalo conseguimos fazer o 1-2, fomos para o balneário muito tristes não digo, mas não estávamos contentes com o resultado, depois acabamos por ganhar o jogo por 4-2 e foi sem duvida um dos momentos mais alegres que já me aconteceram ate hoje que tenha a ver com o futsal. Neste ultimo ano marcou me pela positiva o jogo contra o padernense pois não contávamos com a nossa capitã Filipa porque estava lesionada então a braçadeira de capita foi entregue a mim, naquele jogo foi diferente pois tínhamos de ganhar porque se perdêssemos teríamos menos hipóteses de virmos a ser campeãs, aquele jogo acho que foi um dos melhores que joguei ate hoje. Este ano pela negativa foi o contra s.pedro onde tínhamos algumas das mais importante jogadoras da equipa com pequenas lesões, e isso não se notou muito na primeira parte porque conseguimo-nos manter no 0-1 perdendo por pouca diferença, depois do intervalo começamos a perder as forças e acabamos por perder 0-5. Por último e pela negativa o ultimo jogo do campeonato contra os machados onde me lesionei gravemente no joelho.

10- Para terminarmos em beleza, na pergunta com o teu número, deixa uma mensagem para as tuas colegas.

Uma frase que ouvi: Se não apontarmos as estrelas nem sequer as nuvens chegaremos.