07 outubro 2012

Porquê que não posso jogar?

Ana Santos, Carolina Correia e Soraia Paulino, têm muito em comum: são as três jogadoras de futsal da equipa de Juniores Femininos da ACD CHE Lagoense; disputam o campeonato da categoria há 3 anos consecutivos; têm todas 14 anos; e estão oficialmente IMPEDIDAS de praticar a sua modalidade de eleição!!!
Tudo porque as novas directrizes do futsal impedem as jogadoras com idade de iniciadas de participarem no campeonato de juniores de futsal se não forem aprovadas pelo Centro de Medicina Desportiva, em Lisboa. Mais do que a opinião de treinadores, dirigentes e outros agentes ligados ao futsal, importa sim ouvir a opinião das atletas visadas.
Ana Santos

Pergunta: O que achas da nova regra do futsal que impede as jogadoras com a tua idade de jogarem nas juniores?

Ana Santos: Esta lei foi muito mal inventada. Já estou cá na Che Lagoense há 4 anos e agora é que se lembram de fazer esta lei, por amor de Deus! Deviam tirar esta lei, acabar com ela, esquece-la porque nenhuma das equipas está feliz com esta regra nova de futsal.

Carolina Correia: Eu acho que decidiram impor agora uma lei que seria útil se o futsal feminino fosse um desporto com tantas equipas como são os outros desportos mais conhecidos. Mas tendo em conta que se eu e as atletas da minha idade jogamos numa equipa de juniores, é porque não há possibilidade de jogarmos numa equipa do nosso escalão.

Carolina Correia
Soraia Paulino: O que acho da nova regra do futsal? Bom acho injusto pois até agora não houve regra nenhuma que impedisse as jogadoras da minha idade de jogar nas juniores e não houve problemas nenhuns, sempre jogaram. E já para já não falo só por mim mas sim por várias equipas que, por exemplo, não têm a possibilidade de pagar os exames em Lisboa, e que a sua equipa é feita só de jogadoras à volta desta idade. O que me parece a mim é que a Federação está a querer acabar com o futsal feminino no Algarve. Com isto tudo, qualquer dia em vez de 5 equipas reduzem a 2 ou 3 e jogar assim não tem tanto interesse como se jogar com mais…


Pergunta: Como te sentes em relação a tudo isto?

Ana Santos: Eu estou muito triste e revoltada com isto que aconteceu. Vou me sentir muito mal ao ver as minhas colegas jogarem. Eu gostava de estar no lugar delas a jogar e a lutar para ganhar o campeonato.

Soraia Paulino
Carolina Correia: Quanto ao facto de vir a jogar ou não, sinto-me triste de existir a hipótese de não jogar. Mas acho que as pessoas ainda têm bom senso e vão acabar por perceber que há muitas pessoas descontentes. E que com isto só vão impedir as jogadoras de fazerem aquilo que mais gostam, nada mais. Se eu não puder jogar, isso não vai fazer com que eu pare, vou continuar a treinar e a lutar para alcançar os meus objectivos pessoais. E tentar ajudar a realizar os objectivos da minha equipa no que conseguir. Mas vou tentar fazer de tudo para jogar esta época e não vai ser esta nova regra que me vai afastar do futsal.

Soraia Paulino: É normal que me sinta mal e com raiva pois saber que não posso jogar com as jogadoras que tenho jogado até agora, que foi com elas que aprendi a jogar, foi com elas que aprendi a ganhar e a perder e agora, por causa de uma regra, só daqui a um ano é que posso voltar a jogar com elas! E nem sequer é com todas, porque algumas sobem para as Seniores. Não estou nada feliz com esta nova regra e suponho que as outras jogadoras ou mesmo equipas estejam de acordo comigo.

3 comentários:

Anónimo disse...

É só se sujeitarem, e irem ao centro de Medicina desportiva, se tudo estiver bem com as meninas, elas podem participar, não entendo esta discussão, pois todos os outros desportos se sujeitam a estas regras!, será o Futsal diferente????

che disse...

No Futsal Feminino, todas as atletas fazem inspecções médicas anuais sem as quais não podem ser inscritas. Todas as atletas da ACD CHE Lagoense têm a sua situação "normal" regularizada, até porque já se encontram inscritas na AFA.
A situação "extraordinária" das atletas classificadas como iniciadas, segundo as novas directrizes, é que se encontra por resolver.
As jogadoras iniciadas até poderiam fazer o exame de sobreclassificação em Lisboa. Mas terão os clubes dinheiro para isso? As viagens não são de borla e cada exame custa 93€.
A AF Lisboa foi a primeira a reconhecer que o Centro de Medicina Desportiva não tem capacidade para realizar exames às centenas de jogadoras que de repente se viram nesta situação.
E o que fazer com as jogadoras infantis? Porque a essas nenhum exame as habilita a participar nos campeonatos de juniores femininos.

Anónimo disse...

Todos desportos se sujeitam a esta regra.. entao, quem diz que o futsal é diferente?.. TODAS jogadoras, fazem os devidos exames medicos desportivos, os quais são legais e validados no acto da inscrição da jogadora na devida associação..senão, não a podiam inscrever.. logo, a alteração de escalões, já imposta no futebol, veio a melhorar num factor, mas a prejudicar noutro.. O futsal não é diferente, comparando com o futebol ou qualquer outro desporto, modalidade.. o que vejo é que há muita gente a querer acabar com o futsal.. vê-se.. mas, não vão conseguir.. ;) !!
Boa Ché, dos Clubes que apostam na formação no futsal.. e dão a continuidade da modalidade no escalão seguinte.. o que não se vê.. noutros clubes (que tem capacidades suficiente pra isso..só que..enfim!!)
Em relação ao escalão das infantis, percebe-se..que estão 3 escalões abaixo das juniores..mas,como é..não existe sequer escalão inferior ao de juniores de futsal feminino a competir nas Associações.. logo, qualquer jogadora, com aptidão fisica para tal, deve jogar no escalão a seguir.. tem lógica, penso! Deixem as raparigas jogarem.. elas são o futuro.. ;) . Grande abraço